Logística. Uma Forma Diferente de Pensar
Nesta década, o papel da logística no negócio aumentou tanto em
escopo quanto em importância estratégica.
Integração da cadeia de suprimentos, resposta rápida, gerenciamento do inventário com
o Kanban, filosofia Just-in-Time revolucionaram não somente a forma pela qual as empresas
gerenciam suas atividades logísticas, mas, também, como gerenciam todo o seu negócio.
As estratégicas logísticas influenciam no projeto do produto, nas parcerias, nas
alianças e na seleção de fornecedores e outros processos vitais de negócios.
Este artigo desenvolve três idéias básicas. Primeira, a logística desempenhará um
papel crucial na empresa de manufatura ágil.
Devido a sua habilidade de se ampliar em múltiplas funções e fronteiras da
organização, a logística está posicionada para se tornar a nova inteligência da
empresa - coordenando e integrando todas as atividades ao longo da cadeia de suprimentos.
Segundo: este novo papel da logística coloca-a numa posição única de ser capaz de
criar valor ao cliente e, como resultado, uma oportunidade para diferenciar produtos no
mercado.
Finalmente, a habilidade da logística em satisfazer ao seu novo papel, à medida que a
nova inteligência da empresa exigirá o desenvolvimento de novas infra-estruturas
logísticas e a adoção de novas práticas logísticas. O principal papel desta
infra-estrutura será integrar as funções logísticas e da manufatura num único sistema
estratégico focalizado no cliente.
Duas questões fundamentais estão mudando o novo pensamento sobre como gerenciar o fluxo
de informações e de materiais na nova empresa globalizada, seja em Bangcoc ou em
Resende. A primeira é o desafio imposto pela necessidade de movimentar produtos e
materiais mais rapidamente e de modo confiável em relação a maiores distâncias entre a
empresa e os clientes. Para produtos complexos, como automóveis, as distâncias pelas
quais grandes volumes de peças, materiais e produtos acabados precisam ser transportados
podem ser muito grandes.
Há, agora, uma multiplicidade de fontes e destinos aos materiais, à medida que fluem
pela empresa. Os materiais não mais fluem de forma linear do fornecedor ao cliente. Os
materiais agora fazem o circuito ao redor do mundo.
A segunda questão é o desafio de gerenciar o estoque dos clientes junto com seus
programas de produção. Atualmente, poucas empresas se dão ao luxo de ter uma base de
clientes estáveis, algo que as alianças estratégicas exigem cada vez mais.
Movimentar produtos, serviços e informações é somente um aspecto da logística de
hoje. Seu novo papel mais amplo é o da integração e coordenação. A logística precisa
gerenciar uma variedade de funções empresariais disparatadas, como transporte,
distribuição e tecnologia de informações, a fim de otimizar a produção e a entrega
de produtos aos membros mundiais da cadeia de abastecimento.
À medida que os recursos produtivos estão cada vez mais dispersos pelo globo, a
logística torna-se a inteligência da empresa. Seu papel é coordenar as competências e
a distribuição num único recurso produtivo. Resumindo, a logística é o que fará a
nova empresa de manufatura funcionar.
Reinaldo A. Moura,
diretor da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br