Pessoas e sistemas de automação
Neste artigo, exploraremos mais uma possível
integração que pode gerar ganhos significativos para as empresas.
No contexto de sistemas de automação e pessoas, temos ainda muito que evoluir. As
empresas ainda não conseguem definir critérios claros, transparentes e lógicos para a
definição de necessidades de investimentos em sistemas e em pessoas.
Onde investir?
Devemos avaliar criteriosamente todos os investimentos a serem feitos, porém um grande
dilema com que muitas empresas se deparam é o de Investir nas Pessoas vs. Sistemas de
Automação.
Quando nos referimos a investimento na Pessoa, queremos dizer treinamento, capacitação,
ambiente, atividades manuais, eficiência do homem e quando nos referimos a investimentos
em sistemas de Automação, falamos em Sistemas de Informação, Tecnologia, Automação,
Poka-Yoke (Sistemas a Prova de Falhas), Padronização, entre outros.
Percebe-se nitidamente que muitas empresas ainda preferem trabalhar com uma mão-de-obra
desqualificada e barata, e para permanecerem no negócio direcionam todos os seus
investimentos em Sistemas de Automação (Operacionais, Informacionais, etc.) para
garantir que estas pessoas não cometam muitos erros.
Em contrapartida existem empresas que trabalham no lado oposto desta realidade, realizam
grandes investimentos na capacitação, motivação e comprometimento das pessoas para com
o negócio e também acreditam que investimentos em Sistemas complicam as atividades das
pessoas.
Fica evidente que estes dois extremos não levam aos melhores resultados para as
organizações, porém precisamos ter consciência que os melhores resultados são obtidos
através de um adequado balanceamento destes investimentos, que devem ser avaliados
continuamente, pois esta análise também é influenciada pela realidade externa ao
negócio, como por exemplo: tecnologia, mão-de-obra, tendências, entre outros fatores
externos.
Logo, o que vemos hoje são muitas empresas investindo grandes quantias de recursos em
Tecnologia de Informação sem ter necessidade no momento. Por exemplo: de que vale uma
empresa investir em radiofrequência se os seus processos atualmente e futuramente não
necessitam e nem necessitarão da informação "on-line", em tempo real. Esta
tecnologia será apenas um "extra" que poderia ser substituído por algum
investimento mais útil, seja em sistemas de automação ou pessoas.
A análise gráfica apresentada na figura abaixo deve sempre ser analisada quando de novos
investimentos.
Percebemos que, analisando o gráfico,
até determinado ponto (A) não se viabiliza investimentos em sistemas e o investimento
nas pessoas é suficiente para gerar os resultados necessários a empresa. Porém, a
partir deste ponto (A), a empresa deve direcionar seus investimentos não só para as
pessoas mas também para os Sistemas, visto que os resultados obtidos neste caso são
maiores do que se a empresa continuar a investir somente nas pessoas, como podemos notar
ao longo do tempo (pontos B e C).
Importante reparar também que, com o passar do tempo, a tendência é de se obter
resultados cada vez maiores em relação às empresas que investem somente nas pessoas.
Como determinar o ponto (A), ou seja, o momento adequado para investir nos Sistemas de
Automação?
A resposta a esta pergunta é dada através de constantes análises de viabilidade
econômica que devem ser feitas pelas empresas, analisando sempre o cenário no curto,
médio e no longo prazos.
Conclusão
Se você desenvolver uma análise detalhada poderá observar claramente que muitos dos
sistemas de automação que estão sendo viabilizados no mercado brasileiro foram mal
avaliados.
Em alguns casos, a análise de viabilidade dos mesmos deu-se comparando o sistema
automatizado frente a um sistema manual instalado e pessimamente gerenciado. E se neste
caso as empresas estruturarem previamente o sistema de gestão das pessoas, capacitando-as
a obterem maiores índices de produtividade, notaríamos que dificilmente a automação se
viabilizaria.
O inverso também ocorre: muitas empresas preferem investir nas pessoas para que elas
parem de errar e sejam mais produtivas, mas dependendo das atividades que elas vem
desenvolvendo, dias e dias de capacitação não mais serão suficientes, pois as mesmas
alcançaram seus próprios limites e precisam de tecnologia para evoluir, caso contrário,
o que seria da tecnologia atual.
Desta forma, o mais importante é lembrar-se que a análise integrada de Pessoas e
Sistemas promovem uma possibilidade de ganho muito maior para as organizações.
abril/2001
Eduardo Banzato,
Gerente da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br
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