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Integrando layout com movimentação de materiais
Quem depende de quem? O layout depende do sistema
de movimentação ou o sistema de movimentação depende do layout? Se esse simples
questionamento está sendo feito em sua organização, anime-se! Vocês estão no caminho
certo! Um é causa (layout) e outro é efeito (MAM). O primeiro passo para o
desenvolvimento de um adequado projeto de movimentação e layout é o de perceber que
existe uma relação direta entre os dois temas.
Alterando o sistema de movimentação
Dependendo do sistema de movimentação a ser utilizado, pode-se obter configurações
diferentes para o arranjo físico da planta (layout). Por exemplo, utilizando um sistema
de movimentação baseado em veículos industriais, tais como carrinhos industriais,
empilhadeiras, rebocadores, etc., temos que considerar no layout um adequado
dimensionamento de corredores a fim de que os mesmos atendam à circulação e
manobrabilidade do equipamento e da carga a ser movimentada.
Já a utilização de transportadores contínuos na movimentação de materiais possui uma
concepção diferente dos corredores de circulação, pois os mesmos serão necessários
para atender basicamente ao fluxo de pessoas, sendo que o fluxo de materiais estará
restrito aos transportadores que poderão inclusive ser aéreos, aproveitando o espaço
sobre os equipamentos e eliminando a necessidade de corredores.
Com esse mesmo princípio, temos os equipamentos de elevação e transferência, onde as
pontes rolantes, os pórticos e os guindastes são utilizados na movimentação, fazendo
com que os materiais movam-se entre as áreas de um layout com grande flexibilidade de
acesso.
Dessa forma, o que se pode concluir é que existem diversas variáveis relacionadas aos
sistemas de movimentação de materiais que afetam significativamente o layout, tais como:
Largura média de corredores em função do tipo de empilhadeira utilizada: |
Tipo de empilhadeira | Largura de corredores* |
Contrabalanceada | 2,60 a 3,50 m |
Patola (operador em pé) | 2,00 a 2,40 m |
Patola (operador sentado) | 2,40 a 2,70 m |
Lateral / Qadridirecional | 2,00 a 2,20 m |
Mastro Retrátil | 2,10 a 3,00 m |
Pantográfica | 2,10 a 3,00 m |
Trilateral | 1,60 a 1,90 m |
Selecionadora de pedidos | 1,00 a 1,70 m |
Manual (tração manual) | 2,00 a 2,20 m |
* Nota: Considera-se movimentação de paletes de 1,20 m de comprimento por 1,00 m de largura, capacidade de 1.000 a 1.500 kg e diferentes modelos de empilhadeiras disponíveis no mercado. |
Alterando o layout
Alterações no layout afetam também significativamente o sistema de movimentação.
Aliás, a única maneira possível de racionalizar a movimentação de materiais em uma
planta industrial ou em um armazém, é por meio de otimização de layout. E se não for
possível avaliar novas alternativas de mudanças de layout, não será possível
racionalização da movimentação, apenas sua automatização com a utilização de
sistemas de movimentação mais eficientes.
O que se deve ressaltar também é que não é necessário, em muitos casos, grandes
investimentos para se alterar um layout, pois citando o exemplo de um centro de
distribuição, a simples troca de posição dos endereços dos itens/produtos pode afetar
significativamente a movimentação. Ou seja, otimizar um layout é reduzir as distâncias
a serem percorridas pelos fluxos de materiais.
Alterando-se um layout, podemos reduzir sensivelmente o momento de transporte (vide
"Análise científica", a seguir) e consequentemente teremos que rever o sistema
de movimentação a ser utilizado.
Análise científica
Analisando cientificamente os impactos das diversas alternativas de layout sobre a
movimentação de materiais, destacaram-se 2 (duas) variáveis responsáveis pelo
dimensionamento dos recursos de movimentação necessários: intensidade de fluxo e
distância.
A intensidade de fluxo quantifica o fluxo de materiais em termos de movimentação por
unidade de tempo, tais como: paletes/dia, viagens de empilhadeiras/hora, etc. A
intensidade afeta, portanto, a necessidade de mais ou menos recursos de movimentação.
E a distância? A distância se faz necessária para mensurarmos quanto um determinado
equipamento de movimentação deve percorrer no fluxo. Quanto menor a distância a ser
percorrida, menor o tempo gasto pelo equipamento de movimentação.
A fim de trabalharmos com um indicador único que considere intensidade de fluxo e
distância a ser percorrida recorremos ao momento de transporte.
Este indicador é utilizado para identificar uma variável que combina intensidade de
fluxo com a distância a ser percorrida e dessa forma termos:
Momento de Transporte = Intensidade de Fluxo x Distância
De posse do momento de transporte, podemos identificar se um layout é mais ou menos
eficiente do ponto de vista de movimentação.
A distância, afetada pelo layout, ou seja, a forma em que distribuimos os pontos de
origem e destino dos movimentos e a intensidade de fluxo fornecem subsídios para
determinação e dimensionamento dos equipamentos de movimentação.
Conclusão
Uma solução integrada de layout com o sistema de
movimentação possibilita diversas alternativas que precisam ser avaliadas em relação a
sua viabilidade técnica e econômica, caso contrário corre-se o risco de se investir
grandes somas em novos sistemas de movimentação e novos layouts, obtendo-se um
benefício pequeno.
agosto/2001
Eduardo Banzato,
Gerente da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br
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