Quer melhores resultados na sua vida?
Pense como o McGyver: procure o clipe
Se fizermos uma lista das
características dos empresários, executivos ou pessoas vencedoras em geral, acabaremos
com uma lista que se parece muito com a descrição de um super-herói. Para vencer com o
ambiente que nos rodeia, só um super-herói mesmo.
Acontece que estamos acostumados a super-heróis com super-poderes, roupinhas justas em
corpos musculosos, capas coloridas esvoaçantes e botinhas de gosto duvidoso. Então
ninguém acha que é um super-herói nós não voamos, não subimos em paredes nem
temos visão raio-x. Super-heróis são sempre os outros uma coisa distante que
vemos em revistas ou na televisão.
Mas o heroísmo é uma coisa muito comum: acontece todos os dias, do nosso lado, e não
reparamos. Aliás, muitas vezes nem valorizamos. Pais que criam seus filhos de maneira
equilibrada, mesmo com todo o desequilíbrio à nossa volta: são heróis. Alguém que tem
um problema grave de saúde, luta pelasua recuperação e continua tendo uma vida
produtiva: é uma heroína. Alguém que perde tudo, começa novamente, tropeça e
finalmente consegue vencer: é mais um herói.
Heroísmo não tem nada a ver com capas, poderes ou músculos. Minha definição de herói
moderno é o McGyver.
O McGyver entra numa sala e todas as portas se trancam. A sala começa a se encher de
água e ele obviamente vai morrer afogado. Enquanto a maioria das pessoas começaria a se
lamentar, reclamando da vida e de como a água está fria, o McGyver procura um clipe, um
chiclete e um barbante. E foge.
É uma questão simples de foco. Heroísmo é ter o foco na solução, não no problema.
É usar todos os recursos disponíveis para resolver esse problema. É procurar o clipe (e
tem sempre um clipe) enquanto todos reclamam da água fria subindo.
Se você perguntar para qualquer líder qual é o bem mais valioso da sua empresa, ele
provavelmente vai responder que é sua equipe de funcionários, e que a cultura
organizacional desenvolvida pela empresa é uma forma de vantagem competitiva. Algo como
o jeito que fazemos as coisas aqui. Todo mundo acha que seu jeito é o certo e
raramente querem mudar a não ser que se comece a perder dinheiro. Aí é um deus
nos acuda, onde não existem mais regras tudo pode mudar.
Mas é interessante notar que mesmo dentro da própria empresa existem vários graus de
motivação e comprometimento. Na verdade, existem muitas vezes pessoas ou departamentos
inteiros que, de tão desmotivados, são uma força subversiva a favor da concorrência.
Logo, podemos concluir que não existe apenas uma cultura dentro de uma empresa
existem várias. Algumas trabalham a favor, outras contra, outras não ajudam nem
atrapalham.
Se todo mundo concorda que o capital humano ou intelectual é o principal diferencial
competitivo dos próximos anos, então qualquer líder que se preze teria que,
naturalmente, estar completamente focado no crescimento pessoal e profissional da sua
equipe. Na criação e no estímulo interno dos super-heróis.
Não apenas isso: qualquer pessoa que realmente quiser alcançar o sucesso profissional
deve compreender que ela mesma é um ativo financeiro, um capital intelectual, um
investimento que tem duas opções: ou se valoriza, ou se desvaloriza.
Em qualquer empresa que dou palestras, e tenho dado muitas ultimamente, é fácil
distinguir os vencedores do resto: o resto só reclama. Os que têm melhores resultados
admitem as dificuldades, mas fazem algo prático têm iniciativa. Pensam e agem.
Às vezes erram, mas geralmente acertam e ganham muito mais dinheiro do que a pessoa do
lado. Sem saber, pensam exatamente da mesma forma que o McGyver: o foco dos vencedores
está na solução (o clipe), e não no problema (a água subindo). Enquanto os medíocres
fogem, tentando negar o problema, e outra parte da equipe fica reclamando do problema, os
vencedores dedicam-se a resolver o problema.
Exemplo prático: uma empresa tem um problema de qualidade e precisa fazer um recall. A
maioria dos vendedores se queixa dos problemas causados, do desgaste da imagem, do
trabalho e clientes perdidos. Os melhores aproveitam o fato para atender ainda melhor seus
clientes muitos deles, ao visitar o cliente para trocar as peças defeituosas,
aproveitam para provar mais uma vez seu comprometimento.
Resultado: uma visita que tinha tudo para ser negativa acaba sendo
extremamente positiva esses vencedores já saem dessa visita com novos pedidos,
alguns até maiores que os pedidos originais.
Neste caso, onde está o foco? Enquanto o foco da
maioria está no problema, os vencedores colocam o foco na solução. Resultado? Mais
clientes satisfeitos e dinheiro no bolso. Quem tem o foco na solução sempre aproveita a
oportunidade. Quem tem o foco no problema já vai carregado negativamente, obtendo
resultados também negativos.
A maioria das coisas se repete em nossas vidas. Você pode criar círculos virtuosos ou
viciosos, simplesmente dependendo do seu foco.
Então se quer melhores resultados, faça como o McGyver: pare de reclamar da água fria e
comece a procurar um clipe. Tem sempre um clipe.
novembro/2001
Raúl Candeloro ( www.raulcandeloro.com.br ),
Autor dos livros Venda Mais e Negócio Fechado,
é palestrante e editor da revista Venda Mais® e responsável pelo site
VendaMais®
www.vendamais.com.br candelo@zaz.com.br
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