Tecnologia em rodovias é
fundamental para segurança de motoristas
Tecnologia na gestão de rodovias é uma
das duas principais razões pelas quais em cerca de 50 países existem hoje rodovias
pedagiadas. A outra razão é a mudança no perfil da sociedade, que exige cada vez mais
recursos para saúde, educação e segurança, limitando as disponibilidades do Estado
para investimentos na infra-estrutura: em rodovias, ferrovias, telecomunicações,
energia, etc.
Tanto o fluxo de veículos, como a segurança do usuário e do pedestre podem ser
melhorados com o uso das modernas tecnologias de gestão, reduzindo acidentes e mortes,
que continuam a ocorrer em grande número nas rodovias brasileiras. Não se trata apenas
de construir boas estradas, pois, quanto melhor a rodovia, maior a tentação do usuário
em abusar da velocidade. E só o policiamento tradicional não é suficiente para deter a
imprudência e os abusos.
Assim, se é verdade que estradas em mau estado o número de acidentes aumenta, o mesmo se
aplica também às melhores, se não operadas com recursos eletrônicos e modernizadas com
o uso dos novos sistemas de pavimentação, proteção e sinalização. As razões são
várias: o aumento vertiginoso do número de veículos com novas possibilidades de
velocidade e desempenho, o crescimento das grandes aglomerações urbanas, a crescente
busca de lazer em épocas pré-determinadas e iguais para quase todos, o próprio
desenvolvimento econômico e a precária condição de muitos veículos rodando.
Finalidades
Todos esses fatores vêm dificultando
compatibilizar as rodovias às suas quatro finalidades básicas: possibilitar o transporte
de mercadorias e bens, facilitar o deslocamento de pessoas a negócios ou por outras
razões, permitir o incremento seguro do turismo rodoviário e garantir que tudo isso
ocorra com o mínimo possível de transtornos, acidentes, incidentes e, sobretudo, de
mortes.
As pessoas que já tiveram oportunidade de visitar um dos CCO´s (Centros de Controle
Operacional) das Concessionárias de Rodovias conhecem a complexa tecnologia eletrônica e
de informática existente por trás da adequada operação de uma rodovia moderna. Centros
de controle desse tipo, interligados aos sistemas de acompanhamento e controle e às
equipes de supervisão, já foram implantados em várias das 36 concessionárias de
rodovias em operação no País.
Adicionalmente, a moderna gestão inclui um acompanhamento estatístico dos acidentes para
localizar os pontos críticos, corrigi-los e reforçar a sinalização horizontal e
vertical, com novos materiais. Da mesma forma, é necessária uma permanente
fiscalização e observação das condições de tráfego através de sistemas
eletrônicos e de veículos de inspeção.
Pré-requisito
E ajuda muito a salvar vidas a existência de
um serviço de socorro mecânico e pré-hospitalar de emergência. Aliás, esse serviço,
sabiamente previsto nos contratos de concessão do país, foi o motivo da seleção do
Programa Brasileiro de Concessões de Rodovias pela ITS (Intelligent Transportation
Society) entre os melhores casos mundiais de aplicação de tecnologia em rodovias.
Salvar vidas, hoje inutilmente sacrificadas por acidentes rodoviários, é um dos
argumentos mais fortes em defesa da aplicação de novas tecnologias na gestão e
operação de rodovias. Que o resultado compensa pode ser verificado ao comparar a
proporção de acidentes e, pior ainda, de mortes, em relação ao tráfego nas rodovias
concedidas e nos Estados onde não existem concessões de rodovias. Manter os eixos
principais de turismo, transporte de carga ou viagem, sem as novas tecnologias de gestão
e operação de rodovias é hoje, com certeza, um contra-senso."
setembro/2001
Moacyr Duarte,
Presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
abcr@abcr.org.br , www.info@abcr.org.br
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