Importar para
exportar melhor
O Brasil precisa aumentar as suas exportações para
poder assim equilibrar a nossa balança comercial. Precisamos de suprimento de moeda forte
para novos investimentos e para a compra de produtos no exterior tão necessários ao
nosso desenvolvimento, tais como matérias primas e máquinas.
A participação no nosso país no comércio exterior é ainda pequena, nosso PNB (Produto
Nacional Bruto) está em torno de US$ 600 bilhões e a soma de nossas exportações e
importações é de apenas US$ 100 bilhões (em torno de 17% do total).Países como a
Alemanha e Reino Unido entre outros países, tem participação relativa bem maior (mais
de 30% do PNB), isto demonstra que ainda temos espaço para o aumento do nosso comércio
exterior, tanto para as exportações como para as importações.
Estamos fazendo um esforço tremendo para aumentarmos as nossas exportações e tenho a
certeza que este crescimento irá acontecer em pouco tempo, já que o nosso país tem
produtos de qualidade e preços competitivos, bastando apenas mantermos o foco no
comércio externo e fazermos um planejamento de trabalho com vistas ao médio e ao longo
prazo e com esta estratégia conseguiremos o aumento das nossas exportações e portanto
das nossas reservas que é fundamental para o nosso desenvolvimento sustentado.
Estamos aprendendo a vender no exterior, ainda temos atuação tímida no comércio
internacional, somos ainda conhecidos no mercado externo por sermos comprados e não
vendidos. Precisamos incrementar nossos esforços de promoção comercial, vendendo em
melhores condições o nosso produto e a marca "Brazil".
As exportações irão crescer, mas por outro lado as nossas importações também irão
aumentar, não existe dentro da sistemática do comércio exterior situações de
superávits eternos. Nas relações entre os países existe a tendência para o
equilíbrio, se exportarmos US$ 100 bilhões iremos importar algo parecido, e isto é
garantido através de acordos internacionais, negociações, quotas etc. Iremos aumentar
as nossas exportações e as importações virão a reboque, até para mantermos o nível
das exportações e a nossa competitividade no mercado externo, pois precisaremos produzir
produtos com matérias primas atualizadas e com máquinas com produtividade igual aos dos
concorrentes internacionais para mantermos e aumentarmos a nossa participação no mercado
internacional.
As empresas importadoras também já perceberam a necessidade de equilibrarem as suas
contas de câmbio, para tanto também estão tentando exportar e através da exportação
ter acesso a recursos em moeda estrangeira e assim ficando menos vulneráveis as
oscilações do mercado de câmbio que podem comprometer os resultados da empresa como um
todo. Um exemplo desta estratégia é da empresa "Embraer" que é uma das
maiores exportadoras brasileiras e também é um das maiores importadoras e com este
"mix" de importações x exportações ela conseguiu lugar de destaque em um
mercado altamente competitivo que é o mercado aeronáutico.
As exportações devem ser consideradas como um meio e não o fim para atingirmos nossos
objetivos.
Ficaria muito contente se o Brasil importasse US$ 300 bilhões, mas por outro lado que
exportasse outros US$ 300 bilhões e através do aumento do nosso PNB (Produto Nacional
Bruto) conseguir maior acesso a recursos financeiros, aumento da arrecadação de
impostos, mais empregos etc.
Por isso a importação não precisa ser exorcizada, ela é uma ferramenta importante e
necessária que deve ser utilizada juntamente com as exportações para o desenvolvimento
do nosso país.
Gilberto Álvaro Campião,
Consultor Comércio Exterior, U.O. de Orientação
Empresarial do Sebrae SP
gilbertoc@sebraesp.com.br
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