Funções e Valores de Embalagem na Logística
Existe uma crescente tendência de analisar a embalagem em termos de
valores que ela oferece na Logística, em vez de isolada nos materiais e forma.
A embalagem é parte de um sistema logístico total, com a responsabilidade de minimizar o
custo de entrega bem como maximizar as vendas.
A meta é minimizar o custo dos materiais de embalagens, bem como reduzir o custo de
danos, desperdício e custo de execução das operações logísticas.
A embalagem agrega valor oferecendo proteção, utilidade e comunicação. A embalagem é
responsável por manter a condição de um produto por todo o sistema logístico. A
proteção é uma função de embalagem valiosa porque o dano em trânsito pode destruir
todo o valor que foi agregado ao produto.
Os assuntos de proteção incluem a medição dos riscos de distribuição e condições
ambientais, análise de danos e responsabilidade da transportadora, caracterização dos
produtos e suas fragilidades e desempenho da embalagem e teste de laboratório.
O tipo de proteção que uma embalagem pode oferecer depende do valor do produto, bem como
suas características físicas e os riscos esperados no sistema logístico.
Uma meta importante da embalagem é fornecer a proteção necessária usando materiais de
custo efetivo.
Consequentemente a relação pode ser conceituada como:
Características do Produto + Riscos Logísticos = Proteção da Embalagem
Existem cinco passos bem definidos para o projeto de acondicionamento
para produtos frágeis, os quais foram racionalizados para um processo geral para
planejamento da proteção da embalagem:
Definir o ambiente (riscos logísticos)
Definir a fragilidade (características do produto)
Realizar qualquer mudança necessária na produção
Escolher a melhor embalagem para oferecer a proteção necessária e fabricar um
protótipo da embalagem e
Testar o protótipo
As característica relevantes do produto são aquelas
que podem ser danificadas durante a distribuição. Exemplos incluem a tendência de
"alimentos e outros produtos deteriorarem com o tempo devido a temperatura,
oxigênio, umidade ou contaminação de insetos, a tendência de alguns produtos,
atritarem ou desemulsionar durante vibração do veículo em trânsito. A vulnerabilidade
de alguns componentes eletrônicos à descarga eletrostática e a fragilidade dos produtos
e embalagens que podem quebrar quando caem durante operações de movimentação de
material.
Antes de projetar a embalagem, devemos determinar o esforço que o produto pode suportar.
Para produtos frágeis, particularmente produtos eletrônicos e mecânicos, uma máquina
de choque é usada para estabelecer o limite de dano. Isto determina a fragilidade do
produto em termos da aceleração/desaceleração crítica, a qual é expressa como fator
"g".
A avaliação da fragilidade determina quanto, se necessário, o amortecimento é
necessário.
Em alguns casos, como resultado do teste de fragilidade, a decisão é tomada para
fortalecer o produto em vez de acrescentar material de amortecimento.
Alguns fabricantes mais cuidadosos incluem considerações de embalagem no início do
processo de projeto do produto afim de minimizar problemas de danos mais tarde. A
solução de melhor custo efetivo frequentemente é projetar produtos para melhor
sobreviver aos riscos de embarque. Alterações no projeto do produto variam da redução
do esmagamento de frutas através da modificação genética, a melhoria da resistência
ao impacto dos fixadores de placas de circuito de um produto eletrônico. Um produto
resistente ao impacto exige pouco amortecimento, o que minimiza o custo, volume e
desperdício e é mais confiável em uso do que um produto frágil.
Os riscos de um sistema logístico dependem dos tipos de transporte, estocagem e
movimentação usados. Por exemplo, o transporte com carga completa geralmente provoca,
menos danos do que o transporte com carga incompleta, onde as embalagens são manuseadas
repetidamente durante as operações de transporte de carga e tem muito mais chances de
caírem ou serem colocadas entre ou ao lado de cargas potencialmente danosas. O embarque
ferroviário pode provocar danos devido a troca e acoplagem de vagões. As
características do armazém determinam a altura de empilhamento e o potencial para
infestação de insetos e poeira. A temperatura e a umidade relativa dependem das
características do clima por todo sistema logístico. As empresas que usam vários tipos
diferentes de canais de distribuição podem precisar de embalagens para várias
condições, no Brasil, especialmente, pelas grandes distâncias a percorrer e condições
das estradas.
Os riscos do transporte internacional variam de plataformas planas e carrinhos. O
transporte marítimo sujeita os produtos a altos níveis de umidade. A conteinerização
intermodal para embarque internacional tem reduzido o impacto e danos de umidade. Contudo,
mesmo quando os produtos são expedidos conteinerizados, provavelmente serão movimentados
numa operação doméstica e exigem desempenho apropriado da embalagem .
Quanto maior a probabilidade do produto ser danificado e maiores os riscos das operações
do sistema logísticos, ou mais alto o custo do dano, maior a necessidade de proteção da
embalagem.
Contudo, é importante observar que a quantidade de proteção não está diretamente
relacionada ao custo da embalagem. Geralmente, é possível melhorar a proteção e
reduzir o custo da embalagem ao mesmo tempo, através do teste de desempenho de materiais
e métodos mais apropriados.
Em muitos casos, custa muito menos reduzir os riscos do que "melhorar" a
embalagem. Por exemplo, a paletização pode reduzir os riscos logísticos já que elimina
a movimentação manual e estabiliza os produtos durante o transporte. Métodos
alternativos de transporte (por exemplo, equipamento especial, refrigeração e/ou
transportadoras dedicadas) podem reduzir os riscos de transporte. Estruturas de estocagem
em armazéns podem reduzir as tensões de empilhamento e boas práticas sanitárias
durante a distribuição podem reduzir a necessidade de embalagem para evitar
contaminação de insetos, por exemplo.
Diretor da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
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