Qual Sistema fornece a melhor Utilização Volumétrica?
O melhor sistema de estocagem é aquele que melhor aproveita o espaço
do armazém. Correto? Não exatamente; muitas vezes pode até apresentar-se desta forma,
mas é mais provável que o que será mais adequado às suas necessidades seja um pouco
menos do que isto. Ao se fazer um projeto voltado à armazenagem, deve-se levar em
consideração acessibilidade, serviço ao cliente, previsão de demanda, localização e
estrutura da instalação, para mencionar apenas algumas.
Com todos os fatores analisados em mãos, torna-se necessário reavaliar as metas de seu
sistema, e não raramente chega-se à conclusão de que estas entram em conflito com o
objetivo de maximizar a capacidade de estocagem. Assim sendo, você se compromete em
estabelecer o seu sistema. Faz todas as avaliações necessárias quanto às vantagens e
limitações de cada escolha, visando atingir o menor custo, ao mesmo tempo em que atende
às necessidades de seus clientes.
Quando se pretende maximizar a utilização de espaço, chega-se à conclusão de que
quanto mais alto o nível de utilização volumétrica do sistema, menor será a
proporção do custo total do espaço que cada unidade de estocagem precisará absorver.
Estes fatores são amplamente responsáveis pelas muitas escolhas de veículos e
estruturas que se encontram disponíveis, cada qual com suas peculiaridades e variações
de projeto, onde se fazem presentes determinadas exigências de configurações e
capacidade de estocagem.
Algumas configurações são mais adequadas para mais de um tipo de veículo, e alguns
veículos operarão em mais de uma configuração de estrutura. Toda esta diversidade de
equipamentos que estão disponíveis no mercado representa um esforço contínuo para
melhorar a eficiência das operações de estocagem. Pode-se criar, portanto, uma grande
variedade de diferentes combinações entre os sistemas existentes, visando uma
utilização ótima dos recursos de estocagem.
Por sua vez, cada sistema oferece características operacionais que podem ser combinadas
com as necessidades de estocagem, cada qual servindo a um determinado conjunto de
necessidades melhor do que o outro.
O desafio será, portanto, dentre a grande variedade de possibilidades de sistemas
existentes, desenvolver um entendimento das características operacionais que cada um
torna possível.
Basicamente, existem três formas conhecidas que possibilitam uma melhoria na utilização
volumétrica. Primeira, aumentar a altura do empilhamento. A segunda, seria reduzir o
número de corredores. E, por último, reduzir a largura dos corredores de acesso.
Examinando primeiramente as estruturas, encontramos algumas formas básicas, cada uma
trazendo suas características relacionadas a custo, aplicabilidade, vantagens e
desvantagens.
Estruturas Porta-Paletes de Única Profundidade são amplamente utilizadas para estocagem
de carga unitária. Fornecem acesso imediato a cada carga na estrutura, entretanto exigem
um número considerável de corredores, à medida que necessitam de um corredor perto de
cada abertura de estocagem. Têm como uma das maiores vantagens, a de permitir 100% de
seletividade, além de fácil montagem e desmontagem, embora o layout deva ser considerado
fixo por um período razoável de tempo.
As Estruturas Porta-Paletes com Dupla Profundidade oferecem uma melhoria na densidade de
estocagem se as compararmos com as estruturas simples, uma vez que elas dobram a
capacidade de estocagem e necessitam, portanto, de menos corredores. Têm como desvantagem
uma queda de 50% na seletividade em relação à estrutura convencional, além do que
exigem o uso de empilhadeiras pantográficas que, por sua vez, aumentam os custos com
equipamentos de movimentação.
As Estruturas Porta-Paletes com Trânsito Interno, Drive-in e Drive-through, devem ser
consideradas quando se possui muitas cargas paletizadas do mesmo produto, uma vez que
podem ser estocadas com até três ou mais profundidades. Nos sistemas Drive-through, o
controle PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) é "automático", desde que
as cargas estocadas sejam colocadas de um lado e retiradas do outro. Já no sistema
Drive-in, só é possível realizar o sistema UEPS (último que entra, primeiro que sai),
uma vez que todas as operações são realizadas apenas em uma extremidade da estrutura.
Estruturas Flow-through, também conhecidas como Estruturas Porta-Paletes de Estocagem
Dinâmica ("Roll-In"), oferecem a mesma oportunidade de estocagem de alta
densidade dos sistemas Drive-through, assim como a possibilidade de trabalhar com o
sistema PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai). Essas estruturas possuem roletes ou
rolos transportadores que permitem que a carga seja colocada de um lado e retirada do
outro, à medida que ela "rola" através da força de gravidade, ou por meio de
força motriz. Estas estruturas, além de diminuir o espaço necessário para separação
de cargas, permitem a utilização de um menor número de equipamentos. Uma desvantagem
marcante é a necessidade da utilização de paletes de modelo especial, de construção
mais acurada, bem como o custo de implementação.
As Estruturas Deslizantes são providas de rodas que se apoiam sobre trilhos e que
permitem o seu deslocamento lateral ou longitudinal, reduzindo, dessa forma, o número de
corredores e permitindo, ao mesmo tempo, uma seletividade de 100%, à medida que as bases
podem ser movimentadas lateralmente para a abertura de um corredor próximo à estrutura
que você deseja alcançar. Estas estruturas são recomendadas para aplicações de baixa
atividade ou para aquelas onde o espaço é extremamente limitado, à medida que o tempo
de separação torna-se maior em relação às estruturas simples.
Na Blocagem de Cargas Paletizadas, as cargas são empilhadas diretamente umas nas outras
para formar pilhas, sendo que estas são colocadas lado a lado para formar uma estocagem
verticalizada sólida, oferecendo portanto, o mais alto coeficiente de estocagem que se
pode realizar.
As cargas que não são auto-apoiadas podem ser estocadas em estruturas numa variedade de
diferentes tipos de contenedores de empilhamento. Este tipo de estocagem exige cuidadosos
procedimentos planejados para operar o sistema de estocagem e rígido controle para
assegurar que tais procedimentos sejam seguidos. De outra forma, a vantagem da blocagem
pode não ser atingida.
PONDERANDO AS ESCOLHAS
Não há um sistema "certo" para todos. O enfoque que é melhor para você
depende de seus produtos, volumes, metas de produtividade, estratégia e muitas outras
considerações relativas. Apenas há alguns detalhes que não devemos deixar de levar em
consideração. O custo da estrutura é um deles. Acima de uma determinada altura, o
preço das estruturas aumenta geometricamente, ao invés de linearmente, já que a carga
nos montantes e colunas é acumulada. A carga no chão também precisa ser considerada,
bem como a superfície do piso. Os veículos que operam em 9,20 m a 12,20 m, ou acima
disso, exigem excelentes superfícies operacionais.
Equipamento de direção também é importante, quando os veículos operam em corredores
estreitos. Assim também é o equipamento de posicionamento dos garfos, se as cargas
precisam ser posicionadas em altos níveis, enquanto que o operador está no nível do
chão.
Reinaldo A. Moura,
Diretor da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br