As necessidades das empresas colaborarem e
interoperarem já estão por aí há anos. Mas o advento das tecnologias baseadas na
Internet criou soluções novas e baratas que viabilizam este novo modelo. Estas
tecnologias permitem uma comunicação simultânea entre os diversos elos da cadeia em
oposição à maneira tradicional, etapa a etapa.
As tecnologias tradicionais, baseadas num modelo de dados único, prometeram, mas não
conseguiram, atender aos novos requisitos. É o caso dos ERPs (software de gestão
integrada) cuja arquitetura original não foi desenvolvida para a Web e tem dificuldade
para interoperar em ambientes externos e heterogêneos.
Foi então que começou a surgir o conceito de e-marketplace. Mas afinal, o que é um
marketplace? A que se propõe?
Ele pode ser entendido como um "hub" de comunicação entre empresas que querem
fazer comércio eletrônico. Permitem, portanto, a troca de documentos de negócios,
baseados no padrão XML, por meio de um mecanismo de tradução, roteamento, mensageria.
Inicialmente, surgiram com foco em processos de compra.
Diferentemente das tecnologias de EAI (Enterprise Application Integration), cujo foco é
integração de sistemas internos, e B2Bi (Business-to-Business integration), que permitem
integração ponto a ponto entre duas empresas, os marketplaces possibilitam que
múltiplas empresas se comuniquem simultaneamente. Funciona como se fosse uma central de
comutação. Outro diferencial importante é que, além de prover a comunicação física,
oferece a gestão do relacionamento entre parceiros, pois "entende" os
documentos e regras de negócio e, portanto, pode gerenciá-los.
Mais recentemente, novos processos de negócio foram incorporados a este modelo,
expandindo seu alcance e valor. Processos de coordenação logística entre
transportadoras e embarcadores, serviços financeiros como pagamento e financiamento e
também desenvolvimento de produtos e projetos.
Este rol de serviços é, em última instância, o que determina a proposta de valor de um
marketplace.
O atual desafio enfrentado pelos marketplaces está em aumentar seu volume de
transações, processo conhecido no jargão do mercado como "liquidez". Para
atrair participação é importante claro entendimento e articulação da proposta de
valor. Neste sentido, os marketplaces, especialmente os públicos, cuja receita é oriunda
das transações, começam a rever seu modelo de preços.
Mas, afinal, os marketplaces falharam?
Não na nossa visão. Os analistas são unânimes em posicioná-los favoravelmente. A AMR
(www.amrresearch.com) prevê que, hoje, são movimentados pelos marketplaces uma
significativa parcela dos US$ 5,7 trilhões do total do e-commerce.
Apesar de estar havendo uma consolidação no mercado, fruto muito mais de planos de
negócios mal elaborados, a realidade mostra que algumas comunidades estão em franco
crescimento.
novembro/2002
Octavio Leon,
Vice-presidente da Commerce One para a América Latina.
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