A radiofreqüência é tão comum no
cotidiano das pessoas, que está presente nas nossas casas, no trabalho, nas nossas vidas.
A evolução tecnológica que o mundo vive permitiu que a radiofreqüência transformasse
nossos telefones fixos em celulares com Internet por meio de aparelhos menores do que a
palma da nossa mão.
Há mais de 30 anos ela vem sendo desenvolvida para sistemas antifurto, como aqueles
sensores que ficam nas saídas das lojas e detectam quando uma pessoa está furtando
alguma mercadoria da loja.
Além de ser a tecnologia que mais evoluiu no segmento de segurança eletrônica, é a que
tem o menor custo para etiquetas eletrônicas (em torno de US$ 0,07) e possibilita ainda a
evolução para o RF/ID (Identificação via RF) por meio das Smart Tags ou Etiquetas
inteligentes, que permitem armazenar dados num chip de 96 bits e também proteger os
produtos contra furto.
Hoje, na América Latina, Europa e Estados Unidos, a radiofreqüência foi escolhida como
a tecnologia padrão para a etiquetagem na origem, que consiste na aplicação das
etiquetas antifurto na linha de produção pela indústria e não na loja, como ocorre
ainda no Brasil.
O Brasil, apesar de ser a maior potência da América Latina, neste assunto está atrás
de países como Argentina, Venezuela, Uruguai e Chile que, por meio de suas associações
de supermercados e drogarias, já estudaram as duas tecnologias disponíveis (a outra é
acustomagnética) e definiram a radiofreqüência como padrão para o mercado. Fatores
como a etiqueta RF ser fina como papel, e não tridimensional como a etiqueta
acustomagnética, de ter vários fornecedores no mundo, e não ser monopolizada como
acontece com a outra tecnologia, influenciaram na escolha.
Porém, o fator que mais pesou na decisão foi a desativação integrada ao scanner, ou
seja, na hora do registro da compra a etiqueta é desativada numa única operação. Isso
evita que o caixa esqueça de desativar a etiqueta e fazer soar o alarme na porta,
constrangendo o cliente que efetivamente pagou.
As indústrias que trabalham com as duas tecnologias reconhecem que o fato de a etiqueta
de RF ser fina, adaptando-se a superfícies cilíndricas, facilita muito a aplicação e
fica imperceptível aos olhos do cliente. Ela pode ser aplicada embaixo de rótulos e nem
mesmo o funcionário da loja sabe onde se encontra.
Grandes varejistas brasileiros como C&A, Renner, Pague Menos, Sonae e Carrefour já
perceberam que o futuro para etiquetagem na origem é a radiofreqüência pela própria
tendência nos países vizinhos que, com o Mercosul, poderão exportar e trabalhar o livre
comércio com o mesmo padrão tecnológico.
Em 2003 terão início os encontros da Associação de Usuários de Radiofreqüência para
unir varejo, indústria e fornecedores de tecnologia RF e discutir o tema etiquetagem na
origem para que todos no Brasil ganhem com esse processo.
janeiro/2.003
Márcio Lagoa,
Diretor da Check Point.
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