Há alguns (bons) anos atrás, o meu professor de
Marketing, para ilustrar a importância da agilidade no acesso a informação usava o
seguinte exemplo: os vendedores de uma determinada empresa que cobria boa parte do
território americano, ao final do dia, enviavam pelo correio em envelopes pré-pagos, os
pedidos realizados no período juntamente com um relatório de vendas padronizado.
No prazo máximo de dois dias, as informações de todos os vendedores chegavam a empresa
onde eram compiladas, com os pedidos sendo encaminhados à gerência de marketing para
aprovação e encaminhamento à produção. Essa espantosa agilidade possibilitava ao
tomador de decisões ter sobre sua mesa relatórios detalhados sobre tudo que havia
sido vendido, por quem e onde, e as pulsações do mercado, com uma defasagem de apenas
três dias. Como é feito esse mesmo processo hoje? Empresas com grandes equipes de vendas
disponibilizam a cada um de seus vendedores um computador portátil do tipo notebook ou
hand-held. Ao realizar a venda, ainda na frente do cliente, os dados do pedido são
enviados pela Internet usando a linha telefônica comum ou celular. Os dados são
processados pelo sistema na empresa e estão disponíveis para acesso a todas as pessoas
que vão se utilizar dessa informação. Tudo isso ocorre on-line, de forma que no
período compreendido entre o começo e o término de uma xícara de café, o diretor de
marketing da empresa poderá saber a evolução ocorrida nas vendas. É impensável algo
mais ágil que isso. É quase como se o tomador de decisões fosse onipresente e pudesse
estar junto a cada um de seus vendedores em cada venda. E isso é possível graças à
tecnologia e a esse novo canal de comunicação chamado Internet.
No caso da comunicação interna, as empresas geralmente se utilizam da intranet, mas em
muitas situações a empresa tem diversas unidades dispersas não interligadas por uma
rede corporativa, ou tem funcionários que trabalham externamente, como no exemplo dos
vendedores, ou mesmo, profissionais que trabalham em sua casa, só se dirigindo a
empresa esporadicamente; nesses casos, a Internet é a melhor solução. Um segmento
no qual a agilidade no acesso a informação é uma questão crucial e que utiliza
intensivamente esse novo canal, é o das empresas jornalísticas. Os textos são escritos
no próprio local da cobertura e enviados para a empresa imediatamente, geralmente
acompanhados de imagens. Quem não se lembra, há cerca de um ano, quando da explosão das
torres do WTC em Nova York. Na ocasião, sites no mundo todo mostraram dados e imagens da
tragédia, minutos após o ocorrido. Na via inversa do canal, a possibilidade de
transmitir de forma ágil e barata informações da empresa ao pessoal externo é
extremamente positiva no que se refere a qualificação de seu pessoal. Atualizações de
preços, mudanças nos produtos, boletins informativos e diversas outras informações
úteis ao bom desempenho dos funcionários podem ser disponibilizadas utilizando o site ou
e-mail. Sem contar a própria cultura corporativa da empresa, que deve estar
refletida no site e ser compartilhada por toda a organização e, também, a
possibilidade do e-learning que será abordada em nosso próximo artigo.
É desnecessário frisar a importância estratégica para as empresas, da agilidade em seu
fluxo de informações. Essa agilidade tem relação direta com a produtividade e com
a tomada de decisões; quem tem acesso a informação rapidamente, e sabe usa-la, tem mais
chance de ganhar o jogo na competição pelo mercado.
A Internet abriu novas possibilidades nesse campo e as boas empresas já sabem
disso.
março/2003
Dailton Felipini ,
Mestre em Administração pela Fundação
Getúlio Vargas. Consultor e Professor de Planejamento e Gestão de Empresas
Ponto-com na Universidade Ibirapuera.
Editor do site: www.e-commerce.org.br
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