Operadores Logísticos integrados à Supply Chain
Não existem mais opiniões no mercado que
discordem que a integração da Cadeia de Abastecimento (Supply Chain), bem como a
utilização de Operadores Logísticos, são tendências logísticas. Então, se isto é
uma realidade, todas as empresas estão investindo nestas tendências?
Não necessariamente. Muitas vezes pelo fato de não compreenderem adequadamente os reais
benefícios e oportunidades da aplicação destes conceitos, as empresas fazem com que os
mesmos se tornem conflitantes na busca de um melhor sistema logístico. Mas por que isto
ocorre?
Em primeiro lugar, vale a pena questionar alguns pontos "chaves" relacionados à
viabilidade destes dois conceitos:
Se estas questões estão claras e
são rigorosamente praticadas, não existe a menor possibilidade da Operação Logística
Terceirizada ser conflitante com a integração da Cadeia de Abastecimento. Porém, o que
se percebe no mercado é que muitas empresas, embora até concordem com as questões
apresentadas, não as praticam no dia-a-dia, muitas vezes inconscientemente.
Por exemplo, será que a empresa que está ansiosa em se livrar de suas operações
logísticas de distribuição física de produtos acabados deve considerar que irá
eliminar todas as suas funções relacionadas com a logística de distribuição física?
No curto prazo não, mesmo que o Operador Logístico possua tais funções, pois embora
ele tenha um melhor conhecimento de distribuição, isto não é suficiente, pois o mesmo
não conhece uma série de aspectos importantes de sua Cadeia de Abastecimento, como:
expectativas do seu cliente, peculiaridades de seu produto, sazonalidades da sua demanda,
importância do processo de distribuição para o seu negócio, prioridades dos
acionistas, valores e políticas de sua organização, entre inúmeros outros fatores que
somente o tempo irá mostrar em um processo que podemos denominar de
"Parcerização".
E o sistema de medição e faturamento de um Operador Logístico? Será que o mesmo pode
ser consolidado em um instrumento de contrato, com pouca flexibilidade para alterações,
sem o conhecimento mútuo e aceitação de uma empresa em relação à outra?
Também não, pois caso contrário existirá uma grande chance, no médio e longo prazo,
de uma empresa perceber que desenvolveu, em relação à outra, uma relação Ganha-Perde
que implicará claramente em uma desintegração cada vez maior da Cadeia de
Abastecimento.
Infelizmente, é isto que está ocorrendo em muitas organizações no Brasil. Operadores
Logísticos que, para se viabilizarem, são obrigados a cobrar um valor inferior ao Custo
Total Logístico e empresas que terceirizam suas atividades e percebem no médio e longo
prazo que estabeleceram uma relação Ganha-Perde e chegam à conclusão que para apenas
uma das partes foi bom enquanto durou.
É claro que existem as empresas que se preocupam com isto e desenvolvem um adequado
planejamento inicial, visando identificar com clareza as reais bases de uma possível
relação Ganha-Ganha. Porém, nunca subestime este trabalho, pois caso contrário você
será a próxima vítima. Lembrem-se que qualquer semelhança deste processo com o
processo namoro, noivado e casamento entre casais não é mera coincidência.
Eduardo Banzato,
Gerente da IMAM Consultoria Ltda., de São Paulo.
Tel. (0--11) 5575 1400 imam@imam.com.br
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