"AMARGA ILUSÃO LOGÍSTICA"
Há vários anos as empresas estão praticando cada vez mais a
globalização. As suas necessidades são compradas em qualquer lugar do mundo sob a
simples justificativa de preço mais barato.
Numa reunião com amigos da área de logística integrada exercitamos alguns exemplos e
pasmem, para nenhum deles era realmente compensador importar! O problema da decisão de
uma importação não pode ser levada em conta apenas a comparação de preços CIF x CIF
(colocados em nossa "casa") pois existem outras coordenadas que não estão
sendo levadas em consideração. E nessa época de caça aos desperdícios eis uma
"senhora" oportunidade para as empresas reduzirem os seus custos.
Em primeiro lugar, ressalvando-se o problema da qualidade, devemos aproveitar o preço FOB
(na casa do fornecedor) do mercado internacional para negociar com o parceiro nacional o
mesmo valor. E aí, por favor, se o dito parceiro igualar o preço imediatamente, o
negócio é fugir dele o quanto antes pois estávamos literalmente sendo surrupiados o
tempo todo ou não sabemos negociar! Agora, se o mesmo estudar o assunto e apresentar um
plano para chegar perto desse valor a médio prazo, podemos dizer que temos um fornecedor
parceiro mesmo!
O preço FOB só nos serve de referencial para desenvolvermos os nossos parceiros
nacionalmente.
Devemos ter muito cuidado ao compararmos o preço CIF pois certamente estaremos comparando
"alhos com bugalhos". Vamos explicar melhor: quando temos um fornecedor parceiro
"perto de nossa casa" podemos ter um estoque de segurança bastante reduzido,
usando inclusive a técnica de abastecimento JIT/Kanban, pois todas as etapas do processo
podem ser perfeitamente controladas!
Quando alguma etapa do processo de suprimento fugir de nosso controle, automaticamente
elevamos o estoque de segurança! E num processo de importação temos várias etapas do
processo totalmente aleatórias:
- o roteiro do navio não é religiosamente seguido! É como dizemos no
linguajar logístico: "furou o pneu do navio!".
- o pessoal dos portos não está afim de trabalhar! E isso tem acontecido com uma certa
freqüência, mesmo com alguma privatização sendo feita. Acreditamos que esse problema
será sanado após a acomodação natural das privatizações.
- quando não é o pessoal dos portos é o da Receita. E isso tem sido uma constante! Ora
é parada total ora é operação tartaruga. O duro é que no fundo os principais
prejudicados somos nós mesmos, os pobres contribuintes e consumidores!
Milton Bulach,
Treinador e gestor de logística integrada da Bulach & Voltis.
Telefax (0--41) 335 3408
bulach@netpar.com.br
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