Há alguns anos e de maneira progressiva, os autores da comunidade empresarial vêm dedicando uma boa parte das suas reflexões às mudanças que o mundo dos negócios vem vivendo. Este conjunto de energias, canalizado muito mais através do "pensamento" e muito menos através das "ações", merece, de maneira acelerada, uma reorientação de rumos. Em primeiro lugar, não vivemos apenas uma era de mudança; estamos no meio da maior mudança que a história do Planeta Terra já passou. Convivem, em uma mesma amplitude temporal, pelo menos seis consistentes e profundas Revoluções, a saber:
Portanto, é preciso verificar e conscientizar-se de que
mudou o próprio conceito de mudança. Em segundo lugar, é de fundamental importância
sair do eixo passivo da reflexão sobre a "mudança em si" para a "ação
sobre a mudança". Um pouco na linha do que Prahalad afirma:
"Planejadores avaliam o que está ocorrendo de diferente;
triunfadores determinam o que vão fazer de diferente."
A revista Fortune, em recente pesquisa, concluiu que apenas 5% das tendências e
mudanças conhecidas recebem um tratamento pragmático de adequação. Em outras palavras,
95% daquilo que as pessoas nas empresas sabem que devem mudar não é efetivamente
transformado. Por isto mesmo, Peter Drucker, em seu último livro, sem abusar do jogo de
palavras, o que está longe de seu feitio, afirma que o papel do líder no século XXI
não é "gerenciar a mudança" (já que a mudança, em si, não pode ser
mudada), mas sim criar o próprio futuro dentro do panorama que se está modificando
em um conceito que ele determina como "liderar a mudança".
A outra característica desta época que estamos vivendo é o que podemos denominar de
"universalização da mudança", o que significa que praticamente ninguém
escapará de seus impactos. Do dentista ao auditor, do comandante de aviação à área de
Recursos Humanos, do chefe de família ao músico, todos terão que se adequar. A
profissão de vendedor não poderá ficar fora deste movimento. Aliás, grandes impactos
ocorrerão sobre o seu futuro. Algumas tendências e mudanças afetarão diretamente sua
estrutura profissional. Por exemplo:
Por isso mesmo, o perfil deste profissional
deverá sofrer uma forte evolução, dotada de um caráter de agilidade compatível com a
velocidade supersônica do mercado e dos negócios.
Sem a menor pretensão de esgotar o assunto, podem ser detectadas algumas transformações
de competência, indicadas no esquema abaixo:
Vendedor Perfil de
Competências:
ANTIGO PARADIGMA |
NOVO PARADIGMA |
Postura rígida Focado no produto Imediatista Baixa tecnologia aplicada Baseado em resultados financeiros Poucos serviços Distância do cliente Burocrático |
Postura muito flexível Focado no cliente Visão de longo prazo Altíssima tecnologia aplicada Baseado em valor agregado Excelência nos serviços Próximo ao cliente Competitivo |
A mudança de capacitação e mentalidade
deverá merecer, assim, alta prioridade na definição estratégica da classe, sendo
criados efetivos mecanismos que motivem os vendedores a trilhar estes novos e difíceis
caminhos. Por tudo que está sendo estudado e pesquisado no mundo, parece que, claramente,
Treinamento, Desenvolvimento e Educação são a grande arma para sensibilizar e capacitar
profissionais para mudança calcados nos eixos da emoção (motivação) e da razão
(competência).
Finalmente, cabe comentar que não só o conteúdo é importante neste tipo de ação. A
velocidade de implantação do novo também é fator crítico de sucesso nesses tempos
atuais. Em verdade, estamos no olho do furacão da mudança e, nesta primeira década do
século XXI, vão ser moldados a estrutura e os pilares de como o mundo de negócios vai
operar durante muito tempo. Quem perder este timing estará simplesmente fora do
jogo.
Marco Aurélio Ferreira Vianna,
Presidente do Instituto MVC
Esta página é parte integrante do www.guiadelogistica.com.br .