A BOLA DA VEZ NO
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Enquanto o marketing atrai
os consumidores,
a logística garante os lucros do negócio
Uma home page bem
desenvolvida e uma ampla campanha de publicidade são ferramentas importantes, mas não
suficientes para o sucesso do comércio eletrônico. Uma loja virtual só conquistará
clientes e, mais importante, a fidelidade deles, se for capaz de entregar os produtos
certos no menor prazo possível, com preços competitivos.
Tal operação somente é possível com uma estrutura focada na eficiência em armazenagem
e distribuição das mercadorias. É por isso que a logística se tornou a bola da vez do
comércio eletrônico. Enquanto o marketing atrai os consumidores, é a logística que vai
garantir a lucratividade dos negócios. Pela sua importância, ganhou até um termo
especial para defini-la: e-Logistics.
"Na maior parte das empresas, a entrega hoje é considerada uma função de
suporte, uma rotina sob responsabilidade de subalternos. Só se dá atenção
a ela se alguma coisa sai muito errada. Mas, na era do comércio eletrônico, a entrega se
tornará a área que vai fazer a diferença entre uma empresa e outra. Ela será o seu
ponto nevrálgico. Sua velocidade, qualidade e eficiência de atendimento podem muito bem
vir a ser o fator decisivo de competitividade, mesmo onde certas marcas parecem
imbatíveis. Não há nenhuma multinacional e são pouquíssimas as empresas que, de modo
geral, estão preparadas. São poucas as que se preocupam com isso", prevê Peter
Drucker, em um artigo publicado recentemente pela revista Exame.
Nos Estados Unidos, duas das maiores redes de varejo constataram a veracidade das palavras
de Drucker pela maneira mais difícil. Em dezembro do ano passado, Wal-Mart e Toy
"R" Us (maior varejista especializado em brinquedos dos EUA) já anunciavam
desde o início do mês que não seriam capazes de atender a todos os pedidos de compras
feitos pela internet antes do Natal. O número de reclamações dos consumidores foi tão
grande que muitos especialistas chegaram a temer que os internautas frustrados
abandonassem os esforços de comprar pela rede, fazendo com que os números do e-commerce,
em vez de crescer aos pulos, começassem a declinar.
O mais espantoso nesse caso é que justamente a Wal-Mart, uma referência mundial em
termos de logística, tenha sido incapaz de atender a demanda de seus clientes. Significa
que a área, em função do comércio eletrônico, ganha uma nova dimensão, não apenas
para o varejo tradicional, mas também para as próprias empresas que trabalham
exclusivamente na internet. Todas terão de rever conceitos e repensar a sua forma de
atuação.
Na prática, isso quer dizer estar preparado para atender a um novo mercado que oferece
novas e amplas oportunidades para empresas e profissionais a cada novo site. Seja por meio
do surgimento de empresas de prestação de serviço em montagem de pedidos e entregas em
domicílio (delivery), capazes de cobrir regiões e localidades específicas em curto
espaço de tempo e com baixo custo, seja por investimentos das empresas de comércio
eletrônico para desenvolver suas próprias estruturas logísticas.
Altamiro Borges,
Diretor-presidente da Altamiro Borges Planejamento & Logística (ABPL)
e vice-presidente da Associação Brasileira de Logística (Aslog)
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