Devagar, que tenho pressa
A frase acima é de Napoleão e tem tudo a ver
com o ritmo alucinante que estamos tendo e ao qual nos acostumamos, principalmente para
quem vive e vende pela Internet.
Tempo sempre foi dinheiro e, para uma empresa ser rápida, ela precisa de pessoas
rápidas. A gigante IBM criou um grupo interno para estudar o assunto e descobriu que
existem sete coisas básicas em qualquer grupo de trabalho que objetive a rapidez:
liderança, pessoas de talento, objetivos claros, capacidade de comunicação, capacidade
de fazer ajustes rápidos e um cronograma definido e respeitado.
Mesmo sendo rápido, na verdade, benefícios para o cliente são as únicas verdadeiras
barreiras de entrada que existem realmente hoje em dia contra novos concorrentes e, para
descobrir isso, você precisa testar e errar muito. Sucesso não é apenas
tempo de mercado, mas tempo de aprendizado. Você tem de estar sempre na frente dos
concorrentes na curva do aprendizado, fazendo coisas inovadoras que certamente serão
copiadas. Aliás, se você não tem medo de ser copiado pela concorrência, é porque
está fazendo as coisas erradas.
Mas para se quisermos ficar rápidos, atender melhor nossos clientes e mudar o mundo a
longo prazo, precisamos primeiro sobreviver no curto prazo. É o grande dilema do trabalho
moderno: quando é que o trabalho acaba? O trabalho está na sua cabeça e isso é muito
mais difícil de administrar. Se nosso emprego depende tanto das coisas que pensamos
quanto das que fazemos, como podemos nos afastar? O estresse é o grande mal desta nova
era, provocado pelo desejo insaciável, numa era de abundância material e oportunidades
virtualmente ilimitadas, de fazer mais coisas em vez de fazer as mesmas coisas mais
rapidamente. As pessoas começaram a amontoar suas vidas com uma quantidade absurda de
coisas. Não é que estejam mais rápidas do que antes apenas a quantidade é que
aumentou e, infelizmente, com muitas coisas pela metade. A maior parte do estresse na vida
das pessoas vem de coisas que elas começaram, mas não terminaram. Afinal, produzir é
completar. São as coisas mal resolvidas que provocam estresse.
Para Carlo Petrini, fundador do grupo Slow Food ("Comida Lenta" um
grupo de gastrônomos que advoga aproveitar vagarosamente os maiores prazeres da vida),
podemos dar sentido às nossas vidas fazendo as coisas mais rapidamente. "Temos esta
idéia de que a vida é curta e que devemos fazer tudo rapidamente porque, se não, não
teremos tempo suficiente para tudo o que queremos. Mas a vida é longa. O problema é que
não sabemos usar nosso tempo sabiamente. Nós o queimamos."
É por isso que o tempo parece passar tão rapidamente ele está sendo
desperdiçado. Precisamos evitar o contágio da loucura de confundir agitação com
eficiência. Entretanto, isso não significa necessariamente ser lento. Ser lento pode ser
estúpido. Mas é você quem deve governar os ritmos da sua vida. Se você tem de acelerar
hoje, acelere. Amanhã, se quiser ir devagar, faça isso. Mas a escolha deve ser sua. Essa
é a diferença. Vamos todos acabar no mesmo lugar façamos isso lentamente. Como
diz o especialista em administração do tempo David Allen, "lembre-se de que é
você quem cria a velocidade, porque é você quem deixa as coisas entrarem na sua
vida".
Como é que você pode chamar de inteligente uma vida na qual você não tem tempo para
fazer as coisas das quais mais gosta? As que realmente lhe dão prazer? Você pode fazer
qualquer coisa, mas não tudo. No fim, talvez "lento" signifique tempo para
pensar e refletir. As perguntas que interessam são: "Do que realmente gosto?",
"O que eu realmente gostaria de fazer?" e "Com quem eu queria estar?".
Se deixássemos que as respostas a essas simples perguntas governassem nossas vidas,
usaríamos nosso tempo de forma muito diferente.
Pare um minuto, pense nisso, e Venda Mais.
Raúl Candeloro,
Autor dos livros Venda Mais e Negócio Fechado,
é editor da revista Técnicas de Venda e responsável pelo site VendaMais
www.vendamais.com.br candelo@zaz.com.br
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