As empresas especializadas em logística de
distribuição ou seja, que prestam serviços de entrega expressa e courier
estão diante de um desafio: terão de se adaptar rapidamente se quiserem sobreviver
dentro de uma nova realidade de mercado.
O aumento da competitividade entre as empresas, aliado ao aumento do giro de estoque e à
diminuição do ciclo de vida dos produtos, estão forçando a racionalização da cadeia
de suprimentos.
Por isso, para escoar sua produção, as empresas estão cada vez mais terceirizando a
distribuição o que é um ponto positivo para o nosso setor , mas, por outro
lado, passaram a exigir dos operadores logísticos maior velocidade e fracionamento das
entregas.
Como passou a trabalhar no sistema just-in-time, sem estoques, o comprador precisa e quer
ter visibilidade total do processo de distribuição de seus produtos. É ele, agora, quem
determina quando, onde e como quer receber o produto e não mais se sujeita aos tempos e
regras determinados pelo operador logístico. Estamos lidando hoje com profissionais que
conhecem e utilizam Tecnologia da Informação, têm um nível de exigência bastante alto
e, acima de tudo, esperam um tratamento personalizado.
O atual desenho do mercado de logística de distribuição, dominado por grandes
transportadoras que entregam, de cargas pesadas a pequenos volumes, não atende às novas
exigências da cadeia produtiva. Isso porque esse modelo não permite o rígido controle
do que está sendo transportado nem oferece a agilidade necessária para entregar sob
demanda.
Os operadores logísticos terão de evoluir rapidamente de um modelo tradicional no
qual trabalhavam com entregas pouco fracionadas, menor variedade e maior volume de cargas,
pequeno número de ordens de serviços, mas ordens com inúmeros itens, e roteiros com
pequeno número de entregas (basicamente em pontos comerciais), feitas com caminhões
para um novo modelo, que exige a entregas muito fracionadas, grande variedade e
menor volume de cargas, maior número de ordens de serviço, embora com poucos itens, e
roteiros prevendo entrega casa a casa, utilizando vans.
Para acompanhar essa evolução em curso na cadeia produtiva penso que o Brasil terá de
adotar o mesmo modelo utilizado pelo mercado de distribuição americano. As empresas que
prestam serviços de entrega expressa e courier, que hoje respondem por uma pequena parte
das entregas, assumirão por completo o segmento de entregas fracionadas e de pequenas
encomendas. As grandes transportadoras, por sua vez, voltarão seu foco para a indústria
de base e farão o transporte de produtos primários e outros bens de grande volume.
Em ambos os casos, para sobreviver no setor, essas empresas terão de investir em
diferenciais como rastreamento total da carga individualizada, coleta de documentos e
valores contra entrega, entrega reversa, centros de triagem e serviços de warehouse,
management e fulfillment (picking, packing e remessa).
Num mercado mais sofisticado como o que se vislumbra, não haverá espaço para
amadorismo.
agosto/2.004
Marcos Monteiro,
Diretor da Total Express
Tel. (0--11) 9636 4853
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