Na arena do mercado, as soluções de tecnologia da
informação são como pretendentes buscando casamento. Para conquistar o seu eleito elas
fazem juras de amor eterno. Muita gente acaba cedendo diante de tanta sedução e se rende
aos apelos dos resultados rápidos. Ébrios da certeza de ter encontrado a solução
eterna para a solidão do mundo dos negócios e marcam a data do casamento, ou seria
melhor dizer a implementação do sistema?
O casamento entre tecnologia da informação e os negócios sempre traz surpresas. É como
entrar em um túnel escuro e longo. A cada quilômetro que avançamos descobrimos
novidades que não foram apresentadas nos tempos do namoro. Algumas são positivas, mas,
muitas vezes nos deparamos com situações que produzem turbulências, prejuízos e muita
dor de cabeça. A frustração com projetos intermináveis e a ausência dos resultados
prometidos, entretanto, contribuirão com a sua cota de sacrifícios, mas também nos
darão a possibilidade de amadurecer. Promover o casamento entre tecnologia e negócios
não é fácil.
Quando uma empresa casa com uma solução tecnológica, na verdade ela está preparando
uma receita muito complicada. Misturar pessoas, processos e tecnologia é a fórmula
perfeita para gerar conflitos. Aliás, administração de conflitos deveria ser uma
disciplina integrada aos processos de implementação de sistemas.
Na medida que o tempo passa e a empresa sofre o impacto das mudanças do mercado, tudo
muda: interesses, processos, motivações e pessoas, por exemplo. Esse é um momento
delicado porque talvez também seja hora de mudar a tecnologia usada pela empresa na
gestão do seu negócio. Portanto, a separação será inevitável.
Enfim, penso que a prática do adultério tecnológico não é inteligente. A tecnologia
é temporal e imperfeita. Quando sua aderência com o negócio está comprometida é
melhor buscar novas soluções. O problema é que isso é difícil e o custo é alto.
O divórcio é mais caro que o casamento, já me dizia o Dr. Virgolino, meu
advogado.
Bem acho que é melhor ficar por aqui porque já estou até filosofando, atitude que no
mundo dos computadores é simplesmente inaceitável. A moral da estória é que a gente
nunca devia casar com a tecnologia: O melhor mesmo é ficar até que a
próxima inovação nos separe!
outubro/2004
Orlando Ribeiro,
É facilitador de negócios em Tecnologia da Informação.
Gerente Comercial da Nix Consultoria e Sistemas
orlando.ribeiro@nix.com.br
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