WEBMARKETING - ISSO SE COME COM FARINHA?
A propaganda convencional como conhecemos está com
seus dias contados. A propaganda um-para-muitos, como tem sido as mídias ditatoriais
clássicas como TV, rádio, outdoor, jornal e revista, entre outras tantas, para continuar
obtendo os resultados de antes, terão que se adaptar e se reinventar. Vivemos o momento
da mídia um-para-um ou ainda, muitos-para-muitos. O comportamento on demand,
em que o telespectador escolhe qual será o seu porto seguro durante os dois ou três
próximos minutos. A escolha sobre qual será a propaganda que penetrará nos lares e
mentes agora é exclusividade de cada lar e de cada mente.
A terceira (ou quarta) revolução industrial está aí e ela se chama
Internet, porém, sendo ela um novo, atemporal e dinâmico ambiente, como lidar com suas
características tão peculiares?
Essa tem sido a pergunta feita por publicitários e empresários de todo o
mundo. O bom e velho marketing continua valendo, no entanto, precisa adaptar conceitos e
rever paradigmas.
Lidar com a Internet, para muitos, têm sido como mudar-se para o País das
Maravilhas em que um coelho de cartola ou um gato que sorri são coisas normais. Tudo faz
sentido dentro de uma certa lógica, e, embora nem todos a dominemos, ela existe e seu
manual de instruções se chama webmarketing.
Em recente palestra no nordeste, com o título de webmarketing - O
caminho das pedras no mundo virtual, me deparei com uma cena pitoresca. Em frente a
um cartaz, no hotel em que seria ministrada a palestra, um senhor de idade elucidava seu
neto sobre os avanços tecnológicos pelos quais o mundo havia passado nas últimas
décadas.
Primeiro veio o rádio, depois, o cinema e finalmente a
televisão
Agora me apareceram com essa tal Irteneti. Não tem novidade nenhuma.
É igual a uma televisão, só que vem junto com uma máquina de escrever.
A essa altura, o neto curioso com o título do cartaz, perguntou ao avô: E o que é
vebi...mar...tin?
O avô sem pestanejar, respondeu: É mais uma mentira. Veja se pode?
Primeiro disseram que o homem pisou na lua, agora tão dizendo que tem gente trazendo
pedras de Marte.
Guardadas às devidas proporções, o webmarketing atualmente é tratado
mais ou menos assim. Muitos comentam sobre ele, mas poucos sabem realmente como usá-lo de
maneira eficaz e que gere lucro para a empresa.
Em termos de comportamento do consumidor, estamos aos poucos descobrindo
quem é o internauta típico. Há muito pouco tempo descobrimos que ele tem, em sua
maioria, de 29 a 49 anos, mais de 84% pertencem às classes A e B, tem nível superior
completo e representa mais de 20 milhões de brasileiros, cerca de 11% da população.
Em suma, a Internet é um excelente meio para se atingir um mercado
altamente qualificado, formadores de opinião e é o grupo responsável pelo maior consumo
per capita no país.
Surfando nas ondas da web, muitos profissionais têm se afogado em suas
concepções. Tratar a Internet como sendo um modelo alternativo ao mundo real é como uma
TV para um cego, um rádio muito grande e pesado. Estamos diante de um novo mundo e este
deve ser tratado e entendido como tal. O webmarketing está se firmando como uma ciência
e, tal como seu primo mais velho, o marketing, precisa de pesquisas, análises e
profissionalismo.
Para muitos leitores, parece que estou falando de estatísticas vindas dos
Estados Unidos ou da Europa. Sempre haverá aquele que dirá: No Brasil a coisa é
outra, menos de 20% da população tem acesso à web e, a maioria desses, lê e-mails
através de uma torturante linha discada Não é bem assim.
A Internet tem mudado os hábitos dos brasileiros mais do que pensamos
Segundo uma pesquisa do Instituto Datanexus, no horário nobre, quando
praticamente todo o Brasil participa da saga de Maria do Carmo em busca de sua filha
Isabel, tomando-se como base as residências que estão vendo televisão, a diferença
entre o número de residências que tem acesso à web é de sete pontos percentuais a
menos para aquelas que não tem acesso a Internet. Lembrem-se de que em termos absolutos
existem muito mais residências sem acesso do que com acesso à Internet.
Em webmarketing, chama-se de telepresença a
interação efetiva de um internauta com o ambiente virtual. Um bom site ou um e-mail
marketing eficiente é aquele que aumenta essa telepresença fazendo com que o
telespectador fique concentrado no que ocorre na tela. Isso acontece com crianças quando
estão guerreando numa batalha virtual em um jogo como Doom.
Sites que aumentam o comportamento de busca, de interatividade e de
retenção em seu mundo virtual, aumentam a telepresença e obtêm sucesso em campanhas
virtuais.
Os exemplos de campanhas vitoriosas de webmarketing que aumentam de maneira
significativa a telepresença de internautas não são exclusividade de empresas
americanas ou européias. Aqui pelo Brasil também estamos fazendo bonito.
Em uma campanha recente. A Fiat conseguiu alcançar um número recorde de
mais de 200 mil consumidores em menos de um mês com uma campanha de marketing viral
através de e-mail marketing. O número de disparos inicial foi de 150 mil. Uma campanha
de mala-direta não chega a ter 2% de retorno. Esta campanha, não só teve um índice de
retenção próximo a cem por cento, como gerou 33% a mais de resposta sem a intervenção
da empresa.
Ainda falando de mercado de automóveis, a venda pela Internet do carro
Celta, realizada pioneiramente no Brasil pela fábrica da GM em Gravataí (RS), está
servindo de modelo para outras fábricas no restante do mundo em países como Holanda,
China e Tailândia.
Os casos são numerosos, porém, longe de uma porcentagem significativa.
Dia-a-dia um número cada vez maior de empresas tem contratado profissionais de
webmarketing para cuidarem de suas campanhas virtuais, de otimização de sites e de
campanhas de e-mail marketing.
Para dominar webmarketing não basta saber fazer um site bonitinho, é
preciso ter bom conhecimento de planejamento, marketing, design, de como funciona um site
de busca, quem é o internauta brasileiro e outras informações pertinentes, não só ao
mundo virtual, mas ao mundo real também.
Os encontros do Brasil do internauta com o Brasil do senhor de idade que
passeava com o neto serão por muito tempo chocantes e engraçados, contudo, é importante
mostrar o cartaz ao Brasil certo e saber como mostrá-lo, é claro, isso se
você não quiser tentar vender aparelho de ar condicionado para um sem-terra.
janeiro/2.005
Conrado Adolpho,
Educador, empresário, estrategista e palestrante. Sua
formação vem de escolas de excelência como ITA e Unicamp. Há mais de 10 anos vem
preparando profissionais dos mais diversos ramos de atividade em suas aulas, palestras e
treinamentos. Suas áreas de atuação são: marketing, vendas, atendimento,
marketing educacional, marketing pessoal e desenvolvimento pessoal.
www.conrado.com.br
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