Anualmente, e desde 1.988, o The Logistics Institute
(TLI) e o Warehousing Education and Research Council (WERC) nos Estados Unidos, realizam
uma detalhada pesquisa com profissionais de logística atuantes na área de movimentação
e armazenagem de materiais.
Os resultados da pesquisa realizada em 2003, apresentados na conferência
do WERC em Abril 2004, são bastante interessantes e de certa forma, causam surpresas para
o meio logístico.
A pesquisa de 2003 foi realizada com 200 participantes e envolveu empresas
como AOL, Kodak, Ford, Nestlé, Walt Disney World, etc.
A primeira grande surpresa diz respeito ao nível de satisfação das
empresas com seus prestadores de serviços logísticos. 93% dos entrevistados afirmaram
que seus parceiros logísticos atenderam ou excederam as suas expectativas com a
terceirização logística.
A pesquisa também mediu o nível de satisfação com os sistemas de
gestão de armazéns, conhecidos como WMS - Warehouse Management System. Dentre os
sistemas avaliados estavam o Catalyst, J.D. Edwards, Manhattan Associates PkMS e Ann Arbor
Computer, estes dois últimos muito mais conhecidos nos EUA do que no Brasil. 58,5% dos
entrevistados afirmaram que estavam satisfeitos com seu sistema WMS, enquanto que 25,5%
disseram estar altamente satisfeitos e 16% não estavam satisfeitos. A pesquisa apontou
que usuários de sistemas especializados em WMS eram os mais satisfeitos, em contrapartida
aos usuários de sistemas WMS acoplados a uma ampla solução ERP.
Quanto aos indicadores de desempenho, 54,6% das empresas reportaram o uso
de caixas por homem por hora, seguido por 46,9% que utilizavam linhas por homem por hora e
36,9% que utilizavam paletes por homem por hora. A pesquisa também apontou que apenas
menos da metade das empresas estão utilizando indicadores de desempenho para monitorar a
produtividade de seus armazéns. Todos sabemos que aquilo que não é medido, não pode
ser melhorado, portanto, existem grandes oportunidades de melhoria em muitos armazéns.
Trata-se de uma excelente oportunidade para as empresas e para os operadores logísticos!
Em termos de tecnologia aplicada aos armazéns, há também um longo
caminho a percorrer! Lembre-se que estamos falando de uma pesquisa realizada em 2003, nos
Estados Unidos! O papel é ainda utilizado como meio de comunicação em 84% das empresas,
seguido por escaneamento de código de barras (57%) e terminais de radiofreqüência
acoplados a equipamentos de movimentação de materiais (37%). A pesquisa ainda mostra 10%
das empresas utilizando o sistema pick-to-light, 7% usando caracteres ópticos, 6% usando
terminais de radiofreqüência tipo hands free e 5% usando etiquetas (tags) de
radiofreqüência.
A pesquisa também identificou a natureza e a quantidade de projetos em
andamento nos armazéns. Em média são 5,5 projetos em andamento, por armazém. A
aplicação do conceito de aviso prévio de embarque ou advanced shipment notice (ASN)
lidera, com 60,6%. Em seguida estão os projetos de melhoria contínua (56,1%) e o
endereçamento por zonas (53,3%). Também se destacam o custeio baseado em atividades
(34,8%) e o putaway direto (44%).
Assim como nos Estados Unidos, no Brasil há muito o que se desenvolver
nesta área, que responde, em média, por 1/3 dos custos logísticos totais e que cada vez
mais passa a ter importante papel no nível de atendimento ao Cliente. Orientando o seu
armazém para o melhor atendimento aos seus Clientes, você estará direcionando a sua
empresa para um longo e vitorioso caminho!
fevereiro/2.005
Marco Antonio Oliveira Neves,
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
marcoantonio@tigerlog.com.br
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