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Logística Militar : Berço da Logística Empresarial
Palavras Chave: Logística, Estratégia,
Planejamento, Competitividade e Suprimentos.
INTRODUÇÃO
Observando-se as mudanças que vêm ocorrendo no cenário atual, as empresas precisam,
cada vez mais, ambientar-se com as transformações decorridas de grandes forças, como
avanços tecnológicos e globalização. Essas grandes forças têm criado novos
comportamentos e desafios o que leva as empresas a repensarem suas filosofias e
conceitos.
A exigência por uma gestão competente em uma empresa de serviços não é diferente da
indústria. Torna-se necessário, para competir no mercado em igualdade com os melhores
concorrentes, uma gestão empresarial que se antecipe a prováveis problemas que a
empresa, porventura, possa vir a enfrentar.
Tal como nas guerras, onde a logística militar precisa dar o suporte adequado para as
tropas poderem operar com eficiência e eficácia nos campos de batalha, as empresas
necessitam enfrentar os competidores existentes no mercado em que cada organização está
inserida com o mesmo suporte eficiente e eficaz de que as tropas anseiam.
Atualmente, são notórias as oscilações que a economia brasileira apresenta, alternando
fases de ampliação e recessão obrigando as empresas a operarem superando vários
problemas associados a aumento de produção e preços elevados. Como que em confrontos
diários, os gerentes necessitam traçar estratégias adequadas a cada campo de combate,
digo, cada mercado em que a empresa atua. Com isto, os administradores desempenham o papel
de verdadeiros generais com suas táticas de guerra contra a concorrência.
JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Este artigo propõe-se não a expor um tema inédito, pois logística tem sido
amplamente estudado e divulgado, mas, apresentar um assunto relevante e de grande
utilidade prática nas organizações atuais uma vez que o gerenciamento eficaz do
sistema logístico proporciona uma redução de custos e maximização de lucros dentro
das organizações.
Mas, por que é necessário estudar-se com afinco a logística? Quais os
conceitos de logística herdados dos militares que podem ser úteis aos gerentes de hoje?
De que forma o gerenciamento logístico pode influenciar no objetivo das empresas
(obtenção de lucro)? Estas questões serão abordadas no decorrer do presente artigo
para poder proporcionar ao leitor, uma visão da logística como um diferencial que as
empresas podem explorar e tirar vantagens.
Dias (1993, p.11) corrobora esta idéia de que os administradores estão sentindo a
necessidade de se ter um conceito claro de logística para poderem obter uma melhor
compreensão do fluxo contínuo dos materiais, as relações tempo-estoque na
produção e na distribuição e os aspectos relativos ao fluxo de caixa no controle de
materiais. Este artigo, portanto, irá tratar de assuntos relevantes para os
administradores atuais mostrando os conceitos herdados da logística militar e que
são úteis dentro do âmbito empresarial.
HISTÓRICO
DA LOGÍSTICA
A logística tem
suas origens nas organizações militares. Semanticamente, a palavra tem suas raízes na
França proveniente do verbo loger (alojar). Segundo Souza (2002),
a logística originou-se no século XVIII, no reinado de Luiz XIV, onde existia o
posto de Marechal General de Lógis responsável pelo suprimento e pelo
transporte do material bélico nas batalhas.
O sistema logístico foi desenvolvido com o intuito de abastecer, transportar e alojar
tropas propiciando que os recursos certos estivessem no local certo e na hora
certa. Este sistema operacional permitia que as campanhas militares fossem realizadas e
contribuía para a vitória das tropas nos combates.
Gallo (1998) diz que:
A partir do momento em que os militares começaram a perceber o poder estratégico que o
sistema logístico possuía, deu-se mais atenção ao serviço de apoio que as equipes
prestavam no sentido de deslocamento de munição, víveres, socorro médico nas batalhas
etc. Conseqüentemente, despertou-se o interesse em estudos nesta área que foi
evoluindo após os resultados observados na Segunda Guerra Mundial em relação ao sistema
logístico utilizados pelos militares.
Nascimento (2001) fala que a educação formal em logística nasceu da necessidade de
administrar as diferenças espaciais entre produção e consumo. O economista relata que
em 1901 foi publicado o primeiro texto sobre custos de distribuição de produtos
agrícolas, pois, nos USA, as áreas de produção se tornaram mais distantes dos grandes
mercados de consumo. O economista diz, ainda, que: Em 1960 a Michigan State
University, desenvolveu e iniciou os primeiros cursos formais para treinamento de
logisticians práticos e acadêmicos. A partir daí, houve uma união entre
acadêmicos e militares para utilizarem os conceitos da logística militar nas atividades
do cotidiano.
Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro, as primeiras atividades
logísticas desenvolvidas pelos militares brasileiros remontam a época imperial. Em 1821,
durante a regência de D. Pedro I, foram efetuadas as primeiras incumbências referentes
ao rancho da tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de acampamento, ao
arreamento e aos utensílios usados no Exército.
Nas Forças Armadas do Brasil, a logística é parte integrante do Serviço de
Intendência criado em 1920 com a vinda da Missão Militar Francesa. As atividades
logísticas desenvolvidas nas organizações militares do Brasil trabalham, tal qual nas
empresas, no sentido de desenvolver um planejamento eficaz e o provimento adequado, nos
locais especificados e nas devidas quantidades.
Já no meio empresarial, Martins e Alt (2003, p. 251) relatam que: No
Brasil, a logística apareceu nos anos 1970, por meio de um de seus aspectos: a
distribuição física, tanto interna quanto externa[...]. Ao perceberem que, em um
país de dimensões continentais como o Brasil as empresas deveriam ter um gerenciamento
logístico eficaz, os empresários atentaram definitivamente para a logística como um
elemento que poder gerar vantagem em relação à concorrência.
A HERANÇA MILITAR
Após a Segunda
Guerra Mundial, observou-se um grande avanço nas questões ligadas a logística. Mendes
(2000, p. 15-16) diz que algumas condições econômicas e tecnológicas contribuíram
também para o desenvolvimento da logística, como: Alterações nos padrões e
atitudes da demanda dos consumidores, [...] pressão por custo, [...] avanços na
tecnologia de computadores, [...] experiência militar.
A logística,
através do Serviço de Intendência, evoluiu muito dentro das Forças Armadas. Hoje, este
setor deixou de ser apenas um serviço de apoio ao combate, mas sim, um elemento de suma
importância que pode definir o curso de uma guerra. Em um recente conflito da era
Contemporânea, a Guerra do Golfo, pôde-se observar que o papel da logística foi
preponderante para a vitória das forças americanas prevendo e provendo os
recursos de maneira eficaz e na hora certa.
O Centro de
Comunicação Social do Exército Brasileiro divulga que o Serviço de Intendência,
atualmente, é responsável pela distribuição de fardamentos, equipamentos etc., além
dos variados tipos de munição e gêneros alimentícios. Dentro das organizações
militares, este setor é incumbido de outras missões, como transporte de pessoal e
suprimentos; serviço de banho e lavanderia; suprimentos reembolsáveis etc. Além disso,
os intendentes prestam o serviço de assessoramento aos comandantes de Unidades Militares
na parte de administração financeira, controle interno, contabilidade e informática.
Mendes (2000, p. 15) afirma que:
No cenário atual, diante de dos avanços tecnológicos e da
globalização, as empresas também precisam vencer batalhas diárias
onde todos os elementos da sociedade estão direta ou indiretamente envolvidos. É
necessário, que cada vez mais, os gerentes estejam atualizados nas mudanças constantes
(e ás vezes quase instantâneas) que ocorrem no mercado. Para isto, é preciso usar a
logística como um diferencial competitivo delineando objetivos e estratégias na
guerra da competitividade travada entre as empresas.
Novaes (2003) fala que durante muito tempo nas empresas, tal como no meio
militar, as atividades relacionadas à logística eram tidas como um serviço meramente de
apoio e que não agregavam valor ao produto. O sistema logístico era visto como um
gerador de custos e sem nenhuma influência no planejamento estratégico organizacional.
Sabe-se que hoje, a elaboração de um sistema logístico deve ser feito de
forma cuidadosa uma vez que a logística influi muito na geração dos negócios de
uma organização. Foi recentemente que se atribuiu o grau de relevância adequado que o
assunto merecia.
Os autores Martins e Alt (2003, p. 251)
expõem que:
Com o passar do
tempo, em função da grande preocupação das empresas com a redução de estoques e com
a busca da satisfação plena do cliente, a Logística Empresarial evoluiu muito. Novaes
(2003) fala que a Logística passou a agregar valor de lugar, de tempo, de qualidade e de
informação à cadeia produtiva. Além disso, a Logística moderna procura eliminar do
processo tudo que não tenha valor para o cliente, ou seja, tudo que acarrete somente
custos e perda te tempo.
As organizações comerciais e industriais
brasileiras começaram a mudar suas visões em relação aos clientes. Anteriormente, as
empresas apenas ofereciam seus serviços e produtos e não se preocupavam com a
satisfação do cliente.
Souza (2002) diz que: Essa mudança de visão fez com que as empresas procurassem não
mais possuir depósitos descentralizados, mas sim centralizados e com maior poder de
agilidade na distribuição, provocando uma redução nos estoques, um melhor nível de
serviço e uma administração reduzida na loja. A partir desse ponto de vista, o ritmo de
mudança acelerou e o gerenciamento da cadeia de suprimento tornou-se importante.
Apesar de as
empresas demorarem a perceber o papel da logística como um diferencial competitivo
na logística militar, o diferencial da guerra a expansão do mercado, a
variabilidade de produtos e os diversos meios de telecomunicações fizeram com que as
empresas atuais atentassem para um gerenciamento eficaz do processo logístico.
A partir do momento em que os administradores tomaram consciência do grau de relevância
ocupada pelas atividades logísticas nas empresas, os estudos direcionados à logística
empresarial passaram a ser mais afincos. Com isto, vários conceitos e definições
emergiram.
Ballou (1993, p.17) mostra uma definição para logística empresarial:
Martins e Alt
(2003, p. 252) dizem que A logística é responsável pelo planejamento, operação
e controle de todo fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o
consumidor [...].
Novaes (2003) fala
que a Logística moderna procura coligar todos os elementos do processo prazos,
integração de setores da empresa e formação de parcerias com fornecedores e clientes
para satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores finais.
CONCLUSÃO
Pode-se observar
que a concepção logística dentro das empresas foi evoluindo consideravelmente no que
tange a parte de fluxo de produtos e serviços.
A partir do
momento em que os gerentes passaram a utilizar os ensinamentos que o militares deixaram
principalmente após a Segunda Guerra Mundial nas empresas, controlando e
coordenando de forma coletiva todas as atividades logísticas, houve um salto muito grande
de qualidade na prestação de serviço e no atendimento aos clientes.
Hoje em dia, os
administradores deparam-se com inúmeras decisões referentes às atividades logísticas
devido ao crescimento do mercado, alargamento das linhas de produtos e dos vários meios
de comunicações existentes. Com isto, deve-se analisar severamente todas as variáveis
que circundam o sistema logístico, a fim de obter a otimização das operações
envolvidas no processo.
O tema logística
estará sempre sob objeto de interesse dos empresários. A redução dos custos
logísticos aliados ao aumento de produtividade neste setor nunca deixará de ser
perseguido pelos gestores. Diante do mercado globalizado em que vivemos e com constantes
mudanças, qualquer alteração pode provocar incertezas para o planejamento e operação
das atividades logísticas. Isto exigirá habilidade e constante atualização por parte
da administração das empresas.
julho/2005
Betovem Dias,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS I
betovemdias@yahoo.com.br
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de
materiais e distribuição física. Tradução: Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas,
1993.
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO BRASILEIRO. A evolução do apoio
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<www.exercito.gov.br/01Instit/Historia/Artigos/0031605.htm>. Acesso em: 03 jun.
2005, 22:13:31.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística.
4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
GALLO, Ítalo Amauri. O Papel da Logística na Globalização. São Paulo, 1998.
Disponível em: <http://www.guialog.com.br/ARTIGO56a.html>. Acesso em: 04 jun. 2005,
01:32:47.
MARTINS, P. G; ALT, P. R. Administração de Materiais e recursos patrimoniais.
São Paulo: Saraiva, 2003.
MENDES, S. V. Gestão Financeira de um Sistema Logístico. Taubaté, 2000. 71p.
Monografia Universidade de Taubaté. Disponível em:
<http://www.unitau.br/prppg/cursos/ppga/mba/2000/mendes_sheila_valdirene.pdf>.
Acesso em: 05 jun. 2005, 23:10:27.
NASCIMENTO, Saumíneo da Silva. A Logística
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<http://www.guialog.com.br/ARTIGO271.htm>. Acesso em: 05 jun. 2005, 22:24:38.
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jun. 2005, 23:34:20.
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