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Seis Categorias de
Acidentes no Trabalho
Há dois tipos de pedestres: os rápidos e os
atropelados.
(Lord Thomas Robert Dewar)
Tenho ministrado palestras sobre prevenção de acidentes em grandes
empresas por todo o Brasil. E na fase de personalização do trabalho, ao acessar as
estatísticas de acidentes da companhia, tenho me surpreendido com a variada metodologia
utilizada no mapeamento das ocorrências que pode, de forma consciente ou não, mascarar
os dados, levando a conclusões inadequadas e comprometendo a qualidade das decisões
tomadas.
Podemos classificar os acidentes em seis categorias:
1. Acidentes com perda de tempo: são aqueles que levam ao afastamento
temporário ou permanente do trabalhador de suas funções para sua recuperação. Quando
acontece um acidente com afastamento, o placar de segurança, painel em geral
posicionado na entrada das empresas ou de suas unidades fabris, é zerado, iniciando uma
nova contagem.
2. Acidentes sem perda de tempo: são caracterizados por pequenas escoriações
ou lesões, não levando ao afastamento da rotina de trabalho, demandando apenas primeiros
socorros. Um corte no dedo, uma leve torção no pé provocada por um escorregão, são
exemplos típicos.
3. Acidentes impessoais: tecnicamente são aqueles cuja caracterização
independe de existir acidentado. Prefiro defini-los como ocorrências que provocam dano
e/ou perda patrimonial. Uma colisão de veículo ou queda de um equipamento ilustram este
conceito.
4. Incidentes ou quase acidentes: esta categoria congrega situações nas quais
houve iminência de ocorrer um acidente. Por exemplo, uma pessoa transitando por uma área
de movimentação de empilhadeiras que chega próximo de ser atingida, pois o operador
não pode vê-la, mas que evita o acidente porque estava atenta.
5. Acidente de trajeto: ocorrem durante o deslocamento do trabalhador seja nas
dependências da empresa, seja no trajeto de sua residência ao local de trabalho e
vice-versa.
6. Doenças profissionais: são consideradas acidentes de trabalho quando
produzidas ou desencadeadas pelo exercício da atividade laboriosa. Nesta categoria
incluímos os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), dentre os quais
os mais conhecidos são as LER (Lesões por Esforço Repetitivo).
Esta classificação dos acidentes em categorias merece duas reflexões. A
primeira, para a denominação com ou sem perda de tempo. Quando a utilizamos,
estamos dando foco e relevância sobre um atributo técnico, o tempo perdido, denotando
uma preocupação singular com a produção em lugar do trabalhador. Prefiro adotar como
terminologia com ou sem afastamento, pois desta forma estamos transferindo a
ênfase para um atributo humano.
A segunda reflexão reside nos chamados quase acidentes.
Exatamente por eles não encerrarem um evento com qualquer dano, muitas vezes não são
comunicados pelos trabalhadores e, quando o são, deixam de ser catalogados, malogrando as
estatísticas reais da empresa. Os incidentes são em particular importantes porque
carregam consigo a semente da prevenção.
Assim, recomendo que você faça uma revolução na forma de registrar seus
acidentes de trabalho. É provável que, num primeiro momento, os números apresentem um
salto, em especial devido aos incidentes. Mas esteja certo de que é a partir de
informação qualificada que ações preventivas poderão ser efetivamente implementadas.
Resgatando a frase que prefacia o texto, o atropelado poderá engrossar as
estatísticas de acidentes com afastamento. Já o pedestre rápido possivelmente
representará um caso de quase acidente. Por isso, eu incluiria um terceiro tipo de
pedestre: o cauteloso, que com atenção e responsabilidade cruza a rua. Este é o que
permanecerá íntegro. E vivo.
setembro/2.006
com formação
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