Análise de viabilidade para projetos de Automação
Atualmente,
os conceitos, metodologias e técnicas que norteiam o processo de análise de viabilidade
de automação estão suficientemente desenvolvidos para que o investidor obtenha todas as
informações necessárias à tomada da melhor decisão.
Mas o que é uma melhor decisão? Naturalmente, a melhor decisão é muito relativa, pois
é aquela que atende as expectativas do investidor. Tais expectativas variam de investidor
para investidor, pois são formadas por parâmetros objetivos e subjetivos.
Essa subjetividade, embora desconsiderada nas análises estritamente científicas, não
deve ser negligenciada, pois é a partir da mesma que normalmente um investimento em
automação começa a ser concebido.
Neste momento é que muitos profissionais, com a visão centrada no tecnicismo, não
entendem o porquê de algumas decisões tomadas pela alta administração.
Uma
metodologia de análise de viabilidade que conduza a melhor escolha de alternativa,
fazendo com que todas as pessoas envolvidas com o investimento participem e compreendam a
decisão tomada é fundamental para o sucesso do projeto.
A metodologia considera que uma análise de viabilidade será desenvolvida e gerenciada
como um projeto. Isso pressupõe o adequado gerenciamento do prazo da análise, das
pessoas envolvidas, da qualidade das informações, dos custos associados para
realização da análise, do escopo da análise, da comunicação necessária, enfim, de
todos os requisitos para se chegar a melhor decisão.
Uma metodologia também pressupõe uma seqüência lógica de passos ou etapas que devem
assegurar o desenvolvimento de todas as atividades necessárias e suficientes para
desenvolvimento da análise.
A falta da mesma provoca nas pessoas um desejo incontrolável de usar a intuição e pular
etapas, querendo rapidamente fazer sua opção.
Pular etapas é o caminho mais curto para um projeto sem fim, pois a partir de uma
solução identificada é que serão tomadas ações para melhor detalhar a solução.
Este trabalho de detalhamento é feito direcionado para a solução proposta, que ao ser
inviabilizada abre espaço para uma nova alternativa a ser detalhada. Esse processo, que
deveria ser desenvolvido apenas uma vez, agora pode ser interminável, pois a cada nova
alternativa que aparece novas análises se iniciam. Ou seja, abrir mão de uma metodologia
significa entregar a análise nas mãos de Deus, pois podemos somente rezar a partir daí
para que alguém tome uma decisão.
Existe a
possibilidade de variações de uma metodologia para análise de viabilidade de
automação na logística, mas destacamos aquela que normalmente a IMAM Consultoria
utiliza nos seus projetos logísticos:
1. Realizar uma análise sistêmica;
2. Comprometer a direção;
3. Consolidar as estratégias
logísticas;
4. Mapear o processo logístico;
5. Consolidar as oportunidades de
automação;
6. Identificar os parâmetros de
avaliação (qualitativos e quantitativos);
7. Definir as premissas logísticas;
8. Coletar informações relacionadas
aos parâmetros de avaliação;
9. Desenvolver a proposta executiva do
projeto de automação;
10. Analisar qualitativa e quantitativamente o projeto de
automação;
11. Tomar a decisão;
12. Gerenciar a implementação.
Em função
da escassez de tempo que as pessoas vivem atualmente, a análise de viabilidade de um
investimento é feita apenas com base no valor a ser investido, o que muitas vezes
impressiona os investidores e inviabiliza o investimento, pois é natural que sistemas
automatizados demandem investimentos superiores aos sistemas manuais.
Por esse motivo, existem inúmeros parâmetros para analisar a viabilidade de um
investimento em automação, sendo que os mesmos podem ser classificados em duas grandes
categorias: quantitativos e qualitativos.
Entendem-se como parâmetros quantitativos todos os fatores que podem ser medidos e
quantificados detalhadamente, a fim de se analisar técnica e economicamente a solução
proposta (ex.: tempo de resposta, velocidade da operação, capacidade de estocagem,
investimento inicial, custo operacional, impostos, etc.).
Já os parâmetros qualitativos, que não são tão facilmente mensurados, embora existam
metodologias específicas para mensurar todo tipo de parâmetro, são aqueles que devem
ser analisados de forma mais empírica, considerando a intuição e o conhecimento
adquirido pelo grupo de avaliação, usuários e fornecedores dos sistemas automatizados
(ex.: segurança, ergonomia, imagem da empresa, motivação, etc.).
A automação nem sempre é a melhor solução. Se compararmos, através dos parâmetros
quantitativos, um cenário automatizado com a situação atual, pode-se observar que, do
ponto de vista de custo operacional, a automação pode se viabilizar a médio prazo.
Porém, se compararmos a automação com o sistema atual otimizado, que recebe pequenos
investimentos e fica mais simples, a automação pode se inviabilizar em função das
baixas oportunidades a serem racionalizadas a partir do sistema já otimizado.
A
automação, portanto, em função das oportunidades que ela trás para as empresas, é
uma tendência irreversível. Mas sempre deve-se lembrar que, além de uma
criteriosa análise técnica e econômica que devemos fazer para justificar uma solução
automatizada, compete ao investidor desenvolver também uma análise de fatores
intangíveis que são muito importantes na tomada de decisão sobre qual
solução adotar. Sendo assim, considere um adequado projeto de análise de viabilidade
sempre que pensar em automação e conte com empresas especializadas para apoiar a equipe
de projetos na escolha da melhor solução.
2010
Eduardo Banzato
é presidente do Instituto IMAM. É autor de diversos livros e instrutor de cursos
relacionados à área de logística.
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